Brasil

Como apostatar no Brasil? / ¿Cómo apostatar en Brasil?

Experiência 1 (en portugués de Brasil; en castellano justo después)

Submetido por Javier o 5 de junho de 2018:

Diocese onde você apostatou: São Paulo

Sua experiência: Antes de qualquer coisa, sou cidadão espanhol e nascido no Brasil.
Desde o momento em que tomei conhecimento do que se tratava a apostasia, soube que era a ação correta que deveria tomar.

Morava na Espanha e segui os passos que sites como este indicavam, tendo em mente que o meu processo seria mais complicado por se tratar de um trâmite internacional permeado por dois idiomas.

Enviei várias cartas e formulários à diocese onde fui batizado, e nunca obtive resposta, nem ao menos um retorno confirmando o recebimento. Assim, não havia outra alternativa que fazê-lo pessoalmente.

Acontece que a vida da voltas e em dado momento estive em São Paulo; aproveitei a oportunidade para realizar os procedimentos.

Para tal, três coisas são requeridas: uma cópia da partida del batismo – que as beatas da administração poderão conseguir para você de muito bom grado se informadas que se trata de um batizado ou casamento -, uma cópia do documento de identidade (R.G.) e uma carta escrita a mão declarando sua vontade. Como despendia de pouco tempo, optei por ser bem direto e até mesmo repetitivo quanto aos meus objetivos.

Me apresentei à diocese com os documentos em mãos e o padre de plantão relutou a me atender. Disse que esse tipo de assunto é tratado diretamente com o bispado local.
Então, em uma bela manhã de Páscoa, me dirigi à catedral de São Paulo. Na secretaria todos foram muito amáveis a princípio, mas logo se fizeram de desentendidos sobre o tema, mas fiz questão de esclarecê-los detalhadamente do que se tratava, e vendo minha convicção, se lembraram de imediato. E então, veio o sacerdote… e com ele, uma pequena e inesperada entrevista.

Não se assustem. No meu caso, pelo menos, se tratou de uma conversa descontraída a respeito de crenças, de que o importante é cuidar da alma, da fé católica para um e para mim, que em contrapartida sou ateu, agnóstico e maravilhado por ser apóstata.
Não havendo acordo entre as idéias, o sacerdote me disse que ele mesmo também não poderia fazer nada, e que eu deveria enviar a carta para a central administrativa (ou algo assim) que se encontra no Centro de São Paulo.

Tudo indicava que queriam me ludibriar com o já conhecido labirinto da burocracia.

Para me livra logo disso, preparei uma nova carta que deixava bem claro quais era minhas intenções, as repetidas tentativas, e até incluí o Direito Canônico ao citar os trechos que se referem à apostasia. Para que eles não tivessem saída.

Fiquei sem resposta por várias semanas, até que, por coincidência, no dia do meu aniversário, chegou a carta com uma cópia da certidão de batismo com um carimbo de dissidente e um comunicado informando sobre o parecer positivo do processo. Ou seja, muito bem apostatado e com as devidas garantias. 🙂

Os encorajo a tentarem a sorte e que sejam firmes, constantes e um pouco teimosos.

(traducido por Renato Marins)

Versión en castellano de la experiencia 1

Enviada por Javier el 5 de junio de 2018:

Diócesis donde apostataste: Sao Paulo

Tu experiencia: Antes que nada, soy ciudadano español y nacido en Brasil.
Desde el momento en el que me enteré de qué era la apostasía, supe que era lo correcto que debía hacer. Vivía por España y seguí los trámites que se indican en páginas como esta, a sabiendas de que lo mío sería más complicado por tratarse de un trámite ya internacional y encima con idiomas por medio. Envié varias cartas y formularios a la diócesis de mi bautismo, sin nunca jamás haber recibido una respuesta de llegada.
Así que no me quedó de otra que hacerlo personalmente. Resulta que la vida da vueltas y en un momento dado ahí estuve por São Paulo y aproveché para realizar los trámites.
En efecto se requieren tres cosas: una copia de la partida de nacimiento – la cual las beatas de administración te la podrán conseguir gustosamente siempre que informes que se trata de un bautismo o matrimonio -, luego una fotocopia del documento de identidad (en Brasil, R.G.) y una carta manuscrita a modo de declaración de intenciones. Como contaba con poco tiempo para realizarlo, decidí ser bastante directo y hasta repetitivo con mis objetivos.
Me presenté a la diócesis con los documentos en manos y el cura de turno rehuyó en recibirme. Me dijo que esos asuntos los tratara directamente con el obispado local.
Así que lo hice una mañana preciosa de Páscuas me presenté a la catedral de São Paulo. En secretaría todos muy amables en princpio, luego se hicieron los desinformados sobre el tema, pero de iniciar mi aclaración en detalles y viendo mi convicción, resulta que se acordaron de pronto. Entonces vino el oficiante… y con él una inesperada entrevistita. Que no os asustéis, en mi caso al menos se trató de una charla relajada acerca de creencias, de lo importante que es cuidar el alma, la fe católica para uno y yo en contrapartida que soy ateo, agnóstico y encantado de ser apóstata. No habiendo acuerdos de ideas, me dijo el cura que él por él tampoco podría hacer nada, por lo que debería remitir la carta a la central administrativa (o algo así) que se encuentra por el centro de São Paulo.
Todo apuntaba a que me querían marear con el típico laberinto burocrático.
Buscando despejarme de esos enredos, preparé una nueva carta que daba cuenta de mis intenciones, los intentos reiterados y hasta me metí con el derecho canónico, al citar los trechos en que se trata de la apostasía. Para que no les hubiese salida.
Me quedé sin respuestas varias semanas hasta que, casualmente el día de mi cumpleaños, me llegó la carta con una copia de la partida del batismo con un sello de disidente y un comunicado informando acerca de la resolución positiva del proceso. O sea, bien apostatado y con las garantías debidas. 🙂
Os aliento a probar suerte y que seáis firmes, constantes y un poco tercos.